A defensora pública de Mato Grosso Tânia Matos, integrante da Comissão de Justiça Ambiental e Climática da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), participou, na última semana (21 a 23 de novembro), da Convenção Nacional da Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil (CONFAM), realizada em Bento Gonçalves (RS).
A CONFAM é o principal evento anual da BPW Brasil, reunindo mulheres empreendedoras e profissionais de diversas regiões do país e do exterior, com o objetivo de promover empoderamento feminino, networking e troca de experiências.
Tânia Matos apresentou os principais pilares da campanha nacional da ANADEP “Justiça Climática é Justiça Social” para um público de mais de 400 mulheres, destacando que a mobilização ganha ainda mais relevância diante da realização da COP30, sediada pelo Brasil em 2025.
A defensora também ressaltou que os efeitos da crise climática afetam de maneira desigual a população, atingindo especialmente mulheres negras, indígenas, quilombolas e extrativistas.
“A crise climática atinge a todos, mas há grupos que sofrem mais intensamente. E são justamente essas mulheres, que vivem no campo e na floresta, que têm defendido o meio ambiente com enorme coragem — e, muitas vezes, sob ameaça”, alertou.
Com 14 anos de atuação na área de violência doméstica e defesa de mulheres em situação de vulnerabilidade, Tânia relatou que, nos últimos três anos, ampliou seu campo de estudo para o direito ambiental e para a compreensão dos impactos da crise climática nas populações vulneráveis.
“Quando comecei a estudar direito ambiental, confesso que me assustei com tudo o que venho aprendendo. Eu gostaria muito de compartilhar isso com vocês, mas em dez minutos é impossível. Então, dividi minha fala em três partes: a atuação da ANADEP, a Política Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos e o trabalho do Comitê Permanente de Meio Ambiente e ODS”, explicou.
Ao longo da apresentação, Tânia conduziu uma reflexão com o público a partir de três perguntas-chave:
– Os recursos naturais são infinitos?
– Como a escassez em países subdesenvolvidos se relaciona com sua história de colonização?
– Quanto de produtos químicos consumimos diariamente pela água e pelos alimentos?
Para Tânia Matos, levar esse debate a espaços que reúnem mulheres de diferentes áreas é essencial para ampliar a compreensão sobre os impactos sociais da crise climática e fortalecer a defesa dos direitos humanos.




